terça-feira, 18 de agosto de 2009

Álibes do Pânico



São várias as formas de pânico que assolam inúmeras pessoas por todo o mundo, mas nenhum pânico é maior do que o medo da solidão. Muitos tentam esconder por trás de suas armaduras e máscaras, mas ninguém escapa à noite da escuridão que invade o coração de quem está só.
Sentado aqui exatamente nesse momento, eu me vi totalmente sozinho. Somos apenas seres racionais, o que não nos dá a menor vantagem sobre nenhum tipo de animal da face da Terra. Nem mesmo os mais ínfimos.
Daria eu qualquer coisa para ter a dádiva da irracionalidade e uma curta memória que não me deixasse lembrar as coisas pelas quais eu já passei. Assim, a dor da solidão nesse vasto mundo cheio de devoradores de sonhos seria bem menor. O medo é uma coisa normal entre os seres humanos, mas com certeza a idéia de terminar uma jornada de anos num habitat tão vasto como nosso planeta sozinho não soa como um final feliz pra ninguém.
Qualquer pessoa, por mais anti-social que seja quer no futuro, nem que seja por um tempo, ter alguém ao seu lado segurando suas mãos quando precisar de contato com alguém. O mais interessante é que as pessoas têm vontade de ter alguém que possa protegê-las, mal sabendo que essa proteção necessária é a proteção contra a solidão.
Sempre que questionado sobre a situação, alguém que tem um companheiro ou companheira irá reclamar das coisas que lhe incomodam no outro, mal sabendo que no inconsciente, todos nos apoiamos nos defeitos dos outros que nos cercam. É com o erro que se aprende, mas ninguém nunca disse que tem que ser necessariamente com o nosso erro que aprenderemos, logo cairemos no pior dilema: Queremos alguém ao nosso lado para nos ajudar, mas sob o preço de ter várias desavenças, ou queremos permanecer sozinhos sem ter certeza se seremos apoiados quando necessário?
Esse é o preço de viver. Contradições e muitos dilemas. Sozinhos somos fortes ou juntos somos imbatíveis? Qual é melhor? O que queremos realmente no fundo do nosso coração? Força ou conjunto?
No momento, eu quero apenas proteção.
Quero que me protejam da solidão.
Quero amigos, abraços e braços.

"Aquele abraço!"
Marcelo van Petten

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