domingo, 30 de maio de 2010

Casual.

A insanidade bateu à minha porta.
Tentei fingir que não tinha ninguém em casa, mas ela não desistiu.
Continuou a bater insistentemente na minha porta e eu acabei deixando que ela entrasse e se aproximasse de mim.
Ela me disse que queria ficar próxima de mim, porque via que eu precisava no momento pelo qual eu passava. Eu estava precisando quebrar rotinas, cobrar mais de mim e dos outros e procurar o que não possuía.
Em um primeiro momento eu não disse que sim, mas também não neguei a presença da insanidade. Ela vestia laranja, como descreveu van Gogh, e me atraiu muito com suas idéias sem nexo que faziam total sentido.
De repente, eu me via tentado a me debandar para o lado da Insanidade e me perder por aí sem nenhum pudor. Eu quis fazer isso.
Nesse momento, a Consciência chegou. Acordara de seu sono profundo e estava muito abatida.
Ela disse, se dirigindo apenas a mim e ignorando a Insanidade, que eu deveria repensar as minhas prioridades e me lembrar do que a razão dissera quando veio morar comigo: "Você estará comigo, desde que tenha tudo o que quer muito bem estabelecido. Faça isso e eu estarei aqui."
Ao me lembrar disso, busquei ao meu redor e não via a razão em lugar algum. Eu havia, naqueles poucos momentos, me perdido da razão.
Vendo a cena, a insanidade me disse que eu deveria escolher rápido, antes que a razão voltasse e mandasse que eu continuasse a minha vida chata.
A Consciência interveio. "Não faça isso, você irá se arrepender."
Eu parei e pensei no que estava acontecendo. Eu só poderia estar louco.
A Razão bateu a porta, entrando de uma vez.
"Eu tenho uma sugestão"
E eu disse esperançoso: "Diga, por favor!"
"Temos muito espaço. Digo... você tem muito espaço, porque essa casa é sua, portanto, deixe todos nós aqui com você. Sempre tentaremos chegar a um consenso. Inclua a Insanidade nessa morada, porque às vezes, na minha falta, ela seguirá o instinto e te guiará bem, mesmo deixando a Consciência um pouco apreensiva. Tudo depende do equilíbrio."

Nesse momento eu acordei.
Estaria louco? Estaria apenas buscando o tal equilíbrio?
Só sei que me levantei, coloquei a minha blusa cor de laranja como a Insanidade faria.
Saí focado em alcançar meus objetivos, como a Razão me mandaria fazer
E pedi bem baixinho, como que acreditando no sonho, para que a Consciência interviesse na hora que a Razão e a Insanidade não estivessem por perto.
"Equilíbrio é tudo." Repeti comigo mesmo.
Saí. Fui viver.

sábado, 22 de maio de 2010

Gogh a Rock

Quero dizer meus pontos de vista sobre algumas coisas

Que Bossa Nova deveria ter o nome mudado para Bossa Antiga, porque não há mais cantores de Bossa Nova que a qualifiquem da forma que é chamada.
Que o Rock é e sempre será o som da juventude. Se quer dizer algo, diga através do Rock. Você será ouvido por quem fará alguma coisa acontecer.
Que o mundo não deveria mais ser tão cruel como vem sendo
E que as pessoas deveriam deixar de colocar a culpa de seus fracassos em deuses.

Eu acredito que é possível ser transparente com cada um de nós mesmos, admitindo falhas e tentando concertar sempre o erro.
Acredito que o mundo pode ser melhor com novas idéias e muito esforço coletivo.
Acredito que o Rock sempre irá tocar na ferida dos conservadores que elegem Bossa Nova como principal estilo musical

E acredito que a solidão continuará sempre sendo eleita pela vida como estado permanente do ser humano.
Viver é insano. "Laranja é a cor da insanidade" van Gogh
Não viver é passar em branco.

trecho

"Ela acreditava em anjos
E porque ela acreditava, eles existiam."
Clarisse Lispector

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poeminha com o ridículo apelo à felicidade. Estado: Feliz

Às vezes basta responder que sim à vida.

Você quer viver?

Eu disse que sim, querida.

Você dirá o que?