Recentemente me peguei pensando em mim.
Pode soar um pouco estranho, mas não é. Garanto que não.
Embora quase ninguém saiba, eu sou um tipo de pessoa ( na verdade não sei se tem mais gente como eu, mas estou criando um tipo de pessoa para me enquadrar ) que tem vontade de chorar quando vê alguém em uma situação de dificuldade.
Sinceramente, eu sinto dor por outras pessoas e não sei se ser tão 'humano' é bom. Às vezes sofro sem ter por quê.
Muitas vezes quando alguém me pergunta se eu estou bem e eu respondo que não a pessoa me pergunta: "Ué, mas você tá com saúde, trabalha, é inteligente, é bonito (não sou eu quem fala, e na verdade eu não concordo) e está mal? Por quê?"
Eu não consigo explicar para a pessoa, porque eu acho que hoje em dia é algo irreal dizer que você sofre pelo problema de alguém que você não conhece.
Toda vez que eu vejo um idoso com dificuldade, na minha cabeça vem 'n' possibilidades de por quê ele está naquele estado. Talvez abandono, talvez falta de zelo, talvez opção... mas o que me faz ficar mal é que faz parte da condição do ser humano.
Quando vejo famílias com excesso de pobreza e tantos filhos sem condições de ter uma vida digna, eu simplesmente sinto um aperto que me diz: "Poderia ser você. Pense em como deve ser." e eu penso. E fico triste.
Quando eu penso em como as pessoas andam egoístas e infiéis, cheias de mistérios e segredos, cheias de duas caras, sendo uma a mais linda e a outra a mais vagabunda, me dá nojo. E eu pra disfarçar dou um sorrisinho...
O fato é que isso está me atrapalhando porque eu não rio mais como eu ria, eu não tenho motivos para querer rir o tempo todo, porque tudo isso que me afeta diretamente está ao meu redor.
Quando eu rio, eu sinto tanta alegria, por pelo menos alguns segundos me esquecer de tudo e simplesmente sorrir espontaneamente, que eu, de certa forma, consigo me recuperar de parte desse desgaste.
A música é uma forma de transmitir parte do que eu sinto e que me faz mal, mas não há letra que chegue com tanta coisa ruim.
"Sorte é se entregar a essa ideia de paraíso, bonita e breve"
Cazuza citou esse verso e me faz completo sentido.
Infelizmente, para o meu bem, eu gostaria de ser alienado a tudo isso que vem acontecendo.
A juventude não tem mais ídolos dignos de seus postos, a televisão e a política andam juntas e entregues a qualquer bolinho de dinheiro que se possa receber, a educação está abandonada junto com a saúde e principalmente o bem estar das pessoas.
Ver uma pessoa ter que suar de sol a sol para ter R$600,00 no fim do mês é algo que dá agonia.
Eu sinto a agonia que a pessoa deveria estar sentindo, mas que continua sorrindo. Eu sinto.
Garotas de 12 anos fazendo sexo como se fossem maduras para saber que o cara que tem o dobro da sua idade é só um (literalmente) mal educado pela sociedade, que não sabe diferenciar o que é sadio do que não é.
Em tempos como esses em que vivemos, a ideia de abandonar o navio parece a mais sensata. Eu me desgasto pelos problemas do mundo e eu sei que isso não vai mudar. Eu fico neurótico com coisas que vão afetar ou afetam pessoas que não conheço.
Eu só queria que uma vez na vida o mundo e as pessoas estivessem em harmonia. O verdadeiro amor, a verdadeira paz, o verdadeiro sentido de vida...
Não quero mais essa corrida a troco de nada. Pra mim é pouco.
As pessoas acostumaram-se a servir, a obedecer, a mandar, a consumir, a exibir, a se satisfazer... Mas quase todo mundo se esqueceu de que nascemos sozinhos e morremos sozinhos... O mínimo que podemos fazer é ajudar o próximo para que ele possa pensar que ao menos não esteve sozinho.
Em um mundo tão cheio de pessoas, a solidão vem se tornando nossa maior companhia.
sábado, 9 de março de 2013
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